O livro “Quando” aborda os segredos científicos do timing perfeito. Daniel Pink não é um pesquisador, mas para escrever este livro se utilizou de várias pesquisas sérias.
Numa delas, realizada na universidade de Cornell, foram avaliados 500 milhões de tuítes, postados por cerca de 2,4 milhões de usuários ao longo de dois anos.
Claro que eles não poderiam ler cada uma dessas mensagens. Eles usaram um software que analisava a emoção das pessoas transmitida em cada palavra escrita.
Assim, sabiam quando as pessoas estavam mais positivas ou negativas.
Nesses dados, cientistas perceberam que estranhamente havia um padrão que variava ao longo de um dia.
O humor das pessoas subia pela manhã, declinava à tarde e voltava a subir à noite. Um pico, uma baixa e uma retomada na forma gráfica de um U.
Bem, os pesquisadores descobriram que a questão gira em torno de 2 aspectos:
- Um padrão de pico, baixa e retomada;
- As pessoas se classificam em um dos 3 perfis: diurno, intermediário ou noturno.
Pink identifica na pesquisa de Roennerberg que 14% das pessoas se descrevem como matutinas.
Costumam ir dormir às 10:00 da noite e acordar às 6:00 da manhã. Estas são mais produtivas durante a manhã.
Porém, 21% são as consideradas noturnas, e a maioria de nós, 65%, são intermediárias que estão entre um e outro perfil.
Descubra qual é o seu perfil
Siga estas 3 orientações:
1º – Determine se você é mais matutino, intermediário ou noturno. Faça esse simples teste, porém, só utilize os horários dos seus dias de folga.
- A que horas costuma dormir?
- a que horas você acorda geralmente?
- qual a média desses dois horários? – qual é o seu ponto médio de sono?
(Por exemplo, se você normalmente dorme por volta das 23h:30 e acorda as 7h30, seu ponto médio é 3h30, agora encontre sua posição no seguinte gráfico que extrai da pesquisa de Ronneberg.)
2º – Agora que você já sabe qual é seu período de pico, o trabalho que você precisa realizar:
- Envolve análise concentrada?
- Precisa tomar uma decisão importante?
- É uma atividade de criação?
- É só leitura, respostas de e-mails e trabalhos rotineiros?
3º- Observe esta tabela:
Vamos a um exemplo prático.
Se você é um advogado, matutino e precisa redigir uma defesa, faça sua pesquisa e escreva pela manhã.
Se é um engenheiro de software e é noturno,mude suas tarefas menos essenciais para a manhã e comece as mais importantes no final da tarde.
E ainda, se você estiver montando um time de brainstorming, que é atividade de ordem mais criativa, prefira o fim da tarde, uma vez que a maioria da equipe provavelmente é de perfil intermediário.
Se você identificar seu tipo e sabe que tarefa precisa cumprir, ficará fácil de determinar qual o melhor momento do dia.
Ajuste seu celular para tocar um alarme a cada noventa minutos. Cada vez que ouvir o alarme responda a estas 3 perguntas:
- O que você está fazendo?
- Numa escala de 0 a 10, como você avalia seu estado de alerta mental neste instante?
- Numa escala de 0 a 10, como avalia o seu nível de energia física neste instante?
Você pode estender ainda mais
Faça a sua avaliação de um dia.
Se perceber que o dia em que você tirou para se avaliar era um dia atípico, fora do seu padrão normal, avalie-se durante mais alguns dias.
Uma semana inteira, por exemplo.
O importante é você conhecer quais são os seus picos de energia e alerta para se dedicar as tarefas mais adequadas a estes momentos.
Para responder ao questionário você pode imprimir esta página.
Você agora já determinou qual o período do dia que você é mais produtivo, certo?
Então chegou a hora de você criar uma lista.
Mas, espere aí! Não é uma lista de afazeres, é uma lista de pausas!
Comece tentando fazer 3 pausas no dia.
Especifique quando estas pausas serão feitas, quanto tempo vão durar e o que você vai fazer em cada uma delas.
O que você planejar terá mais chances de realizar
A sugestão é: programe estas pausas na agenda de seu celular.
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O hábito simples dos cochilos rápidos
Depois de mapeado os seus níveis de humor, escolha a hora que você está com seus níveis de energia mais baixos.
Crie um ambiente adequado, pode ser até um sofá, um puff ou um tapete de yoga.
Se necessitar de isolamento de som e luz, identifique um local adequado.
Ajuste seu celular para tocar em 25 min. Mais que esse tempo, não será bom para você. A inércia do sono dominará você.
Faça isso com regularidade.
Adote sempre micro pausas
Faça sempre pausas revigorantes. Não precisam ser longas.
Mesmo pausas que duram um minuto ou menos – que os pesquisadores chamam de “micropausa” – podem trazer vantagens.
Experimente isso:
- Regra 20-20-20– A cada 20 min executando uma tarefa, dê uma pausa de 20 segundos olhando para uma distância de 6 metros. Esse simples exercício, vai descansar sua vista e melhorar sua postura.
- Hidratação – escolha uma garrafa pequena de água. Isso fará com que você tenha que levantar de sua cadeira de trabalho para enchê-la novamente.
- Mexa o corpo para recarregar a mente – fique de pé por 20 segundos. Mexa os braços e as pernas, flexione os músculos, gire o tronco, e volte a sentar.
Tenha contato com a natureza
Você já deve estar cansado de ouvir isso, não é? Mas não subestime esse conselho. O contato com a natureza pode fazer você se sentir muito melhor. Você pode:
- Caminhar ao ar livre – se nas proximidades de seu trabalho tem um parque, caminhe lá! Poucos minutos basta!
- Sente-se ao ar livre – pode ser um banco na praça, no playground do prédio, enfim ao ar livre.
- Impossíveis essas alternativas? – Tem uma planta no seu local de trabalho? Pesquisas sugerem que isso também ajuda a melhorar o clima psicológico do ambiente.
Pausa social– Não fique sozinho. Pelo menos, não o tempo todo. Pausas sociais são eficazes. Ainda mais, quando você decide com quem quer passar o tempo. Algumas ideias:
- Busque quem você gosta – Ligue e sugira um café, um bate papo de 5 a 10 minutos. É uma ótima forma também de reforçar sua rede de contatos.
- Programe-se – Faça o que os suecos chamam de fika, uma pausa longa para um café. Este é um segredo que talvez seja a chave do sucesso dos suecos. Eles são campeões de satisfação e produtividade.
- Não programe nada – simplesmente pegue um café e leve a um colega. Sente-se ao lado dele e fale de algo que não seja ligado ao trabalho.
E por último, não menos importante: Medite, faça respiração controlada.
Arrume formas de alegrar-se. Nosso cérebro sofre de fadiga tanto quanto nosso corpo – e esse é um fator muito importante quando entramos em baixa.
Anders Ericsson, psicólogo que estuda pessoas com desempenho extraordinário em suas áreas de atuação, disse:
“Profissionais de elite têm algo em comum: São bons em fazer pausas”.
Vá em frente!
PS. Não esqueça, você só poderá determinar o seu “QUANDO” se você souber persuadir o outro e principalmente tiver controle do seu tempo.