Se você descobrir o seu cronótipo poderá realmente aumentar sua eficiência no trabalho e sentir muito menos cansaço.
Percebeu o palavrão? Cronótipo!
Mas não se assuste com o termo. É simples e você já irá entender rapidinho.
E mais, sabe quem foi buscar esse conceito na ciência?
É Daniel Pink, que escreveu o livro “Quando”, que recomendo muito a leitura a você.
Mas vamos ao que interessa a você
Daniel Pink nos persuade com uma história, como segue, e eu espero que você goste.
Ele diz:
Ernesto é um negociante de moedas antigas.
Um dia, alguém lhe traz uma moeda diferente, de bronze.
Num dos lados havia estampada uma esfinge de um Imperador e no outro estava inscrita a data de 544 a.C.
Ele a examina e, ao invés de comprá-la, como era comum, chama imediatamente a polícia.
E eu quero envolver você nessa história:
Por que você acha que Ernesto tomou essa decisão?
Bem, isso é o que cientistas chamam de “problema de insight”, ou seja, uma súbita compreensão da solução de um problema.
Portanto, pessoas de raciocínio metódico, sistemático, que se desenvolve passo a passo, dificilmente chega a esse tipo de conclusão ou solução diante de um problema semelhante.
Acabam jogando a toalha e desistindo, convencidos de que é impossível superar o obstáculo, que no caso de Ernesto era o de: comprar ou não a moeda.
Mas, em sendo tão bela a moeda, porque o negociante desconfiou que não seria legítima?
Mas há pessoas que diante de situações não teria tido dúvida, compraria a moeda imediatamente.
Qual foi a compreensão que Ernesto teve da situações?
Voltando a moeda do negociante, você ainda pode estar por descobrir não é? Mas não se preocupe.
Aconteceu também comigo e com muitas outras pessoas.
A resposta está na data da moeda, 544 a.C, ou 544 antes de Cristo.
Essa designação não poderia ter sido usada na época, porque simplesmente Cristo ainda não havia nascido.
E só ficou óbvio para mim e talvez para você, que Cristo só nasceria 544 anos depois.
Portanto, ninguém poderia prever antecipadamente que data ele iria nascer.
Logo, a moeda era falsa!
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E agora você me diria: até aqui tudo bem, mas o que tem a ver isso com cronótipo? Como irei aumentar minha eficiência no trabalho?
Vamos lá, me acompanhe que vai ser legal para você:
Duas psicólogas americanas, Mareike Wieth e Rose Zacks, apresentam esse e outros problemas de insight para grupos de pessoas, assim:
O 1º. grupo, era o de pessoas que afirmava raciocinar melhor pela manhã
Então, metade do 1º grupo (A) foi testada entre 8h30 e 9h30 e, e outra metade ( grupo B) entre 16h30 e 17h30.
Essas pessoas tidas como matinais mostraram maior tendência a resolver o problema da moeda, à tarde.
Assim, veja que surpresa:
Como resultado, o grupo A que afirmava que o seu período não ideal do dia era a tarde, quando precisava resolver problemas que necessitavam de insight se saíram melhor nesse período da tarde, mesmo se dizendo matinais. Isso foi o que Wieth e Zacks concluíram na pesquisa.
Eu quero convidar você a concluir sobre o que dizer disso?
O desempenho mental dos grupos( A e B) remete aquelas sentinelas que vigiam a mente.
Para a maioria de nós, a manhã é um período em que esses sentinelas estão alertas prontos para repelir invasores.
Em vigília – também são chamado de “controle inibitório” – ajuda nosso cérebro resolver problemas analíticos mantendo a distração a distância.
Mas problemas de Insight (pensar fora da caixa) são diferentes.
Eles exigem menos vigilância e menos inibições.
Aquele “lampejo de iluminação” aquela descoberta inédita, têm mais probabilidade de ocorrer quando os sentinelas não estão em seu posto.
Em virtude desses momentos mais relaxados, alguma distração pode nos ajudar a enxergar ligações que talvez tenhamos deixado escapar quando nossos filtros estavam mais rígidos e vigilantes.
Para problemas analíticos, a falta de controle inibitório é um bug, para problemas de Insight, um recurso.
Em conclusão, alguns chamam esse fenômeno de “paradoxo de inspiração” – que é a ideia de que a inovação e a criatividade atinge seu máximo quando não estamos em nosso melhor, ao menos em relação a nossos recursos de vigilantes.
Dessa maneira, estudos de desempenho escolar na Dinamarca e em Los Angeles sugerem que os alunos se sairiam melhor estudando assuntos analíticos, como matemática, pela manhã.
Portanto, Wieth e Zacks afirmam em seu trabalho que professores, ao planejar sua grade de horários em matérias como arte e redação criativa, programem suas aulas para um período não ideal do dia daquele considerado ideal, para que, assim, seus alunos possam obter melhor desempenho.
Nosso humor e desempenho oscilam ao longo do dia
Veja, maioria de nós, tem um padrão comum que é:
- Um pico; que é o período que você se sente mais produtivo.
- uma baixa; que é o período que você se sente cansado.
- e uma retomada. que é quando você retoma suas atividades.
Acompanhe o gráfico:
De manhã durante o pico, a maioria de nós sai bem com problemas como matemática – trabalhando analítico que exige atenção, vigilância e concentração.
Mais tarde, durante o final da baixa e início da recuperação, a maioria de nós se sai bem com problemas como os da moeda – trabalhos de Insight que exige menos inibição e determinação. As baixas, registrado no meio do dia ajudou em poucas coisas, note o que eu disse: a maioria de nós com poucas exceções obedecem a esse padrão…
Então agora, imagine- se lado a lado de mais 3 pessoas que você conhece. Umas das quatro provavelmente é um tipo diferente de organismo com um relógio biológico diferente.
Para você entender a dinâmica do seu comportamento, me acompanhe:
Cotovias, corujas e terceiro pássaro
Nós seres humanos não vivenciamos o dia exatamente da mesma forma, cada um de nós tem um cronótipo – aquele palavrão que eu mencionei no início desse post. Que nada mais é que um padrão pessoal que influenciam nossa fisiologia e psicologia. Os cotovias e corujas.
Talvez você já tenha escutado essa terminologia de cotovias e corujas.
Quem são os chamados coruja?
Eles são mais ou menos um quarto da população e se encaixa na descrição da coruja porque são pessoas que “funcionam” bem ao fim do dia. Ou seja, vespertinos, acordam muito depois do sol nascer, detestam as manhãs e só começam atingir seu pico no fim da tarde ou começo da noite.
E as cotovias?
Outros são cronótipos matinais. Levantam-se com facilidade e sentem-se energizado durante o dia, mas à noite estão cansados.
Foram escolhidas 2 categorias aviária simples nas quais podemos agrupar as personalidades e propensões da espécie humana.
O primeiro esforço sistemático para medir diferenças do nosso relógio interno, surgiu com o teste MCTQ ( Munique Chronotype Questionnare) .
Numa tradução Livre: [Questionário de Cronótipo de Munique] as categorias mais comuns eram pessoas matinais, entretanto, Roenneberg, o cronobiólogo mais famoso do mundo, criou o modo fácil de determinar o cronótipo.
Faça o teste agora mesmo e aumente a sua eficiência no trabalho
Pensa em seu comportamento durante dias livres – dias em que você não precisa acordar a uma hora específica, ou seja, nos seus dias de folga.
Agora responda as seguintes questões:
- A que horas costuma dormir?
- a que horas você acorda geralmente?
- qual a média desses dois horários? – qual é o seu ponto médio de sono?
(Por exemplo, se você normalmente nos seus dias de folga, dorme por volta das 23h:30 e acorda as 7h30, seu ponto médio é 3h30, agora encontre sua posição no seguinte gráfico que extrai da pesquisa de Ronneberg.)
É provável que você seja um terceiro pássaro
Talvez você não seja nem cotovia, e nem uma coruja ao extremo, mas alguma coisa no meio – o que o autor chamou de terceiro pássaro.
Roenneberg e outros descobriram que as horas do sono e vigília revelam uma distribuição de probabilidades, onde existe um pico de eventos mais prováveis . Ou seja, se colocarmos os cronótipos das pessoas em um gráfico, o resultado é uma curva normal (em forma de sino).
A única diferença, como é possível ver pelo gráfico, é que as corujas extremas superam cotovia extremas; as corujas têm estatisticamente uma cauda mais longa como você pode perceber no gráfico.
Como diz Roenneberg:
“É como pés, algumas pessoas nascem com os pés grandes e outras pequenos, mais a maioria está em algum lugar no meio das duas coisas”.
Roenneberg
Portanto, é provável que você não seja nem cotovia nem coruja.
Segunda pesquisa ao longo de várias décadas e em diferentes continentes, cerca de 60% a 80% de nós somos terceiro pássaro.
Cotovias e terceiro pássaro têm “lampejos de iluminação” mais tarde, durante seus estágios de recuperação abaixo do ideal, quando suas inibições foram deixadas de lado.
As corujas perceberam a fraude da moeda mais rapidamente no início da manhã, que é o período abaixo do ideal delas.
Como você deve fazer
Então, depois descobrir o seu cronótipo, para aumentar a sua eficiência no trabalho você deve:
- compreender suas tarefas e agendar para o horário apropriado. Sempre obedecendo seu padrão diário de pico – baixa – retomada ou de retomada – baixa – pico. Busque a sincronia com suas atividades.
- Para ajudar você a programar suas atividades do dia a dia e ainda ter tempo para fazer o que você quiser, eu preparei o curso: Como ser mais produtivo: aprenda a administrar seu tempo.
E atenção redobrada nos período de baixa, este é mais perigoso do que a maioria de nós imagina!
Até a próxima semana.
Vá em Frente!
Este post foi inspirado no livro de Daniel Pink – Quando: Os segredos científicos do timing perfeito.
Arte: Vedere