Você assistiu o vídeo onde indiquei 7 hábitos práticos para desenvolver a sua inteligência emocional.
Eu fiquei feliz ao ler o seu comentário e de todas as perguntas que recebi, percebi que uma estava contida na maioria delas, que é:
Como posso saber se estou evoluindo, me conhecendo mais, a ponto de dominar a inteligência emocional?
Tudo bem, saiba que você não está sozinho com essa dúvida. Ela é muito mais frequente do que você pensa!
Quando eu dirigia uma das empresas pelas quais passei, um dia, estava eu num auditório apresentando o planejamento estratégico anual.
De repente uma das pessoas me interrompeu perguntando:
Como vou ter certeza de que estarei adotando as ações corretas para alcançar o nosso objetivo no final do ano, se isso ainda está tããão distante de nós?
Como você deve se planejar
Na hora me veio a ideia de que eu não poderia responder com um conceito, mas deveria fazer entrar em cena o meu perfil coach.
Foi quando resolvi fazer algo diferente.
Pensei em utilizar uma metáfora que havia lido no passado.
Respondi então: vamos imaginar juntos um jogo muito comum.
Pedi que me trouxessem uma garrafa tipo Pet de refrigerantes…
Enquanto a buscavam, procurei identificar no público feminino do auditório alguém que usasse uma pulseira.
Logo que consegui uma voluntária, perguntei se me emprestaria por alguns minutos.
Assegurei-me também com ela de que se eu largasse a pulseira ao chão para simular o jogo, não haveria o risco de danificá-la.
Continuando, coloquei a garrafa no chão do auditório, bem perto de mim.
Em seguida, lancei a pulseira como se fosse uma argola tentando encaixá-la no gargalo da garrafa.
Foi muito fácil acertar várias vezes pela minha proximidade.
Mas, deixei que o público percebesse que essa facilidade também começava a tornar o jogo sem graça.
Pedi então que fossem distanciando o alvo aos poucos de mim.
Chegamos a um ponto de distanciamento em que as probabilidades de eu acertar ficaram muito remotas.
Então conclui para o time: vejam pessoal, vocês tem um objetivo a conquistar para daqui a um ano que está muito distante de vocês.
É importante sabermos aonde queremos chegar, sem dúvida.
Mas alcançar aquela garrafa distante está muito difícil. Quase impossível!
Não é assim que se faz!
Porém, como vocês viram também, quando trago a garrafa para muito perto de mim desaparece o desafio.
E, claro, não se evoluirá mais na direção daquele grande objetivo.
O que você deve fazer então?
Na prática você deve dividir o seu grande objetivo em vários marcos menores, alcançáveis, porém ( atente para o detalhe que faz toda a diferença!) que seja desafiante para você.
Uma vez vencida a primeira fase, você já estará numa nova posição para poder almejar outro ponto mais a frente.
Assim irá sucessivamente seguindo até o alvo final.
Um cérebro com Wifi
Bem, vamos voltar agora aqui a você e ao seu objetivo de evoluir na área de inteligência emocional.
É normal a sua preocupação, e não será mesmo de um dia para o outro que irá ter domínio e maestria sobre aqueles hábitos que recomendei a você.
Mas, penso ser bem possível adotar esse conceito a realidade da sua vida diária.
Eu realmente acredito que será uma fonte de inspiração para você evoluir diariamente e sabe mais porque?
É que é uma oportunidade de você sair na frente.
E veja o porque:
A ciência sempre se habituou a estudar o cérebro de pessoas, mas isoladamente.
São bem novas as pesquisas sobre como os cérebros de duas pessoas interagem, que é o chamado cérebro social.
Ninguém falava até bem recente, mas essa capacidade mais se parece a um “wifi” cerebral.
Isso porque se concluiu através imagens da ressonância que o simples fato de duas pessoas estarem juntas – mesmo sem se comunicarem – uma já interferirá no cérebro da outra.
Logo, se até essa ciência é nova, você não tem a mínima culpa por até hoje eventualmente, ter pouca consciência da sua própria realidade emocional.
E menos ainda, do que se passa na mente de outras pessoas.
Os circuitos da empatia
Daniel Siegel, estudioso da neurobiologia interpessoal, chama de Mindsight, (Visão da Mente), essa nossa capacidade de nos vermos a nós mesmos.
( E repare, é uma nova especialidade!)
Em poucas palavras, diz que o circuito cerebral que usamos para conhecermos a nós mesmos é em grande parte idêntico ao que usamos para conhecer outra pessoa.
Você já viu então, que usamos esses circuitos para desenvolver uma das maiores competências do cérebro social que é a empatia.
Assim, quando você tira minutinhos para refletir pela manhã, vai aprendendo a ter a consciência da habilidade empática para fortalecer os seus relacionamentos.
Esses são momentos ricos para você se conscientizar de pré-julgamentos e limitar as pessoas a caixinhas ou modelos mentais prontos.
Ao contrário, se nos abrimos como aprendizes, permitiremos ao nosso cérebro formar novas conexões.
É desse jeito que vamos mitigando o risco de misturar nossas inquietudes e ansiedades com as dos outros.
Então, como no jogo das argolas, cada dia será um novo desafio, um novo alvo mais a frente para você conquistar.
E quer saber mais porque você precisa adotar essa mentalidade de aprendiz?
É porque não há mapas prontos para ninguém.
As coisas não se passarão para nós exatamente como se prevê no dia a dia.
Nenhum plano se desdobra exatamente como se fosse uma largada de um ponto A e se seguisse em linha reta até um ponto B.
Na verdade é uma jornada repleta de interdições e pequenas vitórias, até se chegar ao ponto B desejado, que é o seu grande objetivo.
Então, concentrando-se nos seus pontos fortes vá avançando sempre.
Não deixe de comemorar as pequenas conquistas ( vitórias!) do dia anterior consigo mesma (o).
Cérebro de aprendiz
Como o seu cérebro funciona sempre como um radar, não parará jamais de interagir com pessoas.
E como você já percebeu, todos os dias são bons para se aprender!
Cada momento é uma oportunidade de se tornar ( um pouquinho!!) mais autoconsciente e assim, mais proficiente em inteligência emocional.
Todas as manhãs, ao refletir sobre o dia anterior, motive-se ao perceber que avança cada dia mais.
Não importa o tempo para chegar lá.
Esses “pouquinhos constantes” diários farão você dominar plenamente essas competências de I. E. que você deseja.
Essa será uma atitude que será uma fonte de inspiração diária na medida em que se torna uma pessoa muito mais poderosa em termos profissionais e pessoais!
Bem, vamos passar para outra fase que é a de compreender o outro e gerenciar melhor os seus relacionamentos, adotando mais três hábitos altamente carregadas de inteligência emocional:
1- Tenha uma expectativa realista
Você sente que tem uma conexão real com alguém quando percebe a sensação agradável que o outro traz a você.
É uma espécie de compreensão mútua, afinidade e tudo fica mais fácil dali para frente, até mesmo quando você precisa debater algo mais sério.
Assim, ao iniciar uma interação qualquer, perceba antes de tudo qual é a sua expectativa e a sua prioridade.
Talvez você nem perceba, mas essas são ordens que, inconscientemente, você estará dando ao seu próprio cérebro.
Ele então fará de tudo para encontrar evidências que façam coincidir a sua expectativa com a realidade.
Exemplo, vamos dizer que você deseje colaborar com alguém.
Isso será como uma ordem para seu cérebro encontrar todos meios para que isso aconteça.
Porém, se está mal humorado, seus circuitos cerebrais irão filtrar pensamentos e intensificar tudo que é lapso e defeitos do outro.
Isso aumentará as chances de conflitos, que é o que você menos deseja.
Na maioria das vezes, acontece inconscientemente, mas os efeitos são reais.
Então, baixe a guarda e pergunte-se antes de qualquer reunião, conversa com colegas no trabalho, familiares, etc.:
O que realmente eu desejo dessa interação?
Imagine antes, pontos que você possa reconhecer em relação ao outro e certifique-se de que o que você irá propor é altamente relevante para ambos.
2- As pessoas se abrem com as perguntas certas
Está longe de se criar relacionamento com perguntas do tipo: Tudo bem?
O final de semana foi bom?
E parar por aí.
As perguntas que indicam real interesse no outro são diferentes e requerem que você dedique um pouco mais de tempo para pensar:
Ex. faça perguntas abertas, ou seja, que não podem ser respondidas apenas com um sim ou não.
A pergunta tem que convidar a pessoa a compartilhar suas ideias, motivações, sentimentos e não apenas fatos.
Portanto, você percebeu que precisará dedicar muita atenção ao outro.
Desligue smartphone, evite o notebook e mantenha-se muito atento ao momento presente.
Quer ser avisado(a) de novos artigos? Cadastre em nossa Newsletter
3- As pessoas desejam (loucamente!!!) falar de si mesmas
Portanto vamos a um 3o. Item, que é o de escutar as pessoas para pensar com calma na resposta.
Bem, veja o poder disso: numa experiência recente, Diana e Mitchel, psicólogos de Harvard.
Eles ofereceram pequenos prêmios em dinheiro para que pessoas respondessem a três tipos de perguntas muito simples:
Duas perguntas eram impressões sobre pessoas famosas e uma era sobre elas mesmas.
O resultado mostrou que as pessoas deram preferência a falarem sobre si mesmas.
Até mesmo a ponto de abrirem mão de parte da recompensa em dinheiro, já que o combinado era que se preferissem falar de si próprias ganhariam 17% menos que as outras dois opções.
Portanto, repito: perceba agora o poder disso para você!
As pessoas fazem de tudo para falarem de si mesmas e se você dedicar um pouco de atenção e interesse autêntico, elas irão se iluminar!
Filósofos entrando em cena
Finalizando, vamos você e eu, reconhecer que a ciência está descobrindo agora que os filósofos estavam mesmo certos.
Sócrates recomendava que :
“Se você conhecer a si mesmo (a) e conhecerá também o universo”.
O que quero que você perceba é que essa é uma jornada das mais importantes da sua vida e que o grande – o maior de todos os segredos mesmo – está dentro de você!
E se você quer saber o que é?
Eu quero afirmar a você que não espere nada material que possa ser visualizado.
É sim, uma decisão firme de se tornar a partir de agora um aprendiz de si mesmo (a), porque:
“Compreender melhor a si é também compreender melhor os outros.”
Este é o caminho para você revelar as suas potencialidades e a viver uma vida superior no campo emocional.
Caso o tema tenha interessado a você, será bom você ler os livros que indico no link logo a seguir.
Comece por um e vá devagarzinho lendo cada capítulo. Rabisque-o porque ele será sempre a sua fonte de consulta.
E vá assim, montando a sua biblioteca de autores que estarão ali próximos de você sempre dispostos a ajudar.
Foi o que fiz e me ajudou muito.
São eles:
- Inteligência Emocional – Daniel Goleman;
- O Poder da Inteligência Emocional – Daniel Goleman e mais dois autores.
Vá em frente, sempre!