Você se lembra da primeira vez que andou de bicicleta? Lembra da incrível experiência sobre duas rodas sem levar um tombo? Bem, se você não se lembra desse momento, assim como eu não me lembro, fique tranquilo, pois esse momento de perfeição na primeira tentativa é irreal, isso não existe. Também é assim quando você vai falar em público.
Andar de bicicleta é um processo repleto de tentativas que nos marcam os joelhos e nos fazem cair. Mas aí você insiste, insiste e uma hora está percorrendo quilômetros, sem nem pensar na próxima pedalada. É exatamente isso que pode acontecer com a sua oratória. Esta que pode ajudar nas suas relações interpessoais.
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Mas então, como ter uma melhor performance na sua comunicação?
Antes de tudo, é importante pensar no seu objetivo. Que ideia você deseja transmitir com a sua fala? Depois, pense nas palavras que você utilizará somada à linguagem corporal. É assim que a sua personalidade é manifestada. Aliás, já tem vídeo aqui no canal sobre linguagem corporal, que convido você a assistir para que melhore ainda mais a sua comunicação em público.
E por falar em público não me refiro apenas a falar para uma multidão, pois uma pessoa já é um público. O que você precisa é saber a melhor maneira de conversar, diretamente ou não, com essa ou essas pessoas, de modo que quem assiste você, não queira fazer outra coisa a não ser estar atenta ao que você tem a dizer.
Para isso, para que você seja capaz de despertar a atenção das pessoas, é essencial que você se coloque em apenas um tempo: o tempo presente. Trate de vivenciar o momento, com um pensamento por vez, seja em uma reunião, em uma conversa com alguém ou em uma grande apresentação.
Concentre-se no agora
Eu sei, geralmente não é assim, eu mesmo já fui vítima do medo em uma apresentação lá no início de minha carreira. Simplesmente travei diante de um público de mais de mil pessoas e tive que sair sem apresentar minhas ideias. O que acontece é que quando transmitimos uma ideia, não deixamos que ela se desenvolva e já estamos preocupados, pensando no que iremos falar a seguir.
Mas concentrar-se no agora abranda o pensamento acelerado, que é isso que faz com que a mente fique repleta de informações, além de fazer com que você seja contagiado pelo estresse e pela insegurança, evitando que a sua linguagem corporal seja coerente a sua comunicação verbal.
Veja, você só alcança um objetivo se o define bem, criando um caminho até ele, certo? Desse mesmo modo, sugiro a você que tenha clareza quanto à mensagem que deseja passar com o seu discurso.
Se o seu objetivo é inspirar, se conectar com as pessoas, acrescente um pouco de emoção, e se a ideia é engajar um grupo de pessoas para uma causa, uma boa alternativa é fazer uso de argumentos consistentes, bem embasados.
Entretanto, sabemos que não existem fórmulas de como devemos ser, diria que o segredo está na união entre o seu ser racional e as suas emoções. É este conjunto que comunica. Quando você incorpora uma expressão facial, por exemplo, está unindo esse conjunto de razão e emoção, pois seu corpo reage à informação que seu cérebro processa. Ao falar em público, então, perceba se seu rosto e os gestos das mãos seguem em sintonia com o que você diz.
Discurso claro e coeso
Além disso, evite ser sofisticado nas suas frases, mas sim preocupe-se em passar o seu discurso de forma clara e coesa.
Treine sempre para incluir storytellings, ou seja, uma forma de contar suas histórias de um jeito interessante. Faça com que as palavras que saem da sua boca criem uma jornada a ser compartilhada com seus ouvintes, e busque gerar sentido com exatamente tudo o que você fala. Isso é muito mais valoroso do que tentar caçar palavras rebuscadas para tornar a sua comunicação mais rica.
Se comunique com os olhos
Outra coisa que preciso falar é: se comunique com os olhos. Não há nada mais desagradável do que alguém que fala olhando para o chão ou para o teto. Algumas pessoas se queixam de não ter a atenção dos outros, mas elas mesmas estão falando para as paredes. Seja em uma entrevista com apenas um recrutador ou numa palestra repleta de pessoas, mire a multidão, se atente ao horizonte.
E claro, caso você ache essa atitude um tanto quanto intimidadora, busque apoio em um ponto específico e vez ou outra mude esse ponto para que você possa circular seu olhar sem perder a atenção de quem assiste você. Aproveite para observar os sinais do seu interlocutor pois eles nos servem como uma espécie de feedback silencioso. A partir deles, busque se aprimorar ainda mais.
Seja você mesmo
Outro elemento extremamente importante para a sua oratória é: seja real, seja você mesmo! Não busque representar como numa peça de teatro, pelo contrário, seja autêntico, pois é assim que você irá conquistar, verdadeiramente, a atenção das pessoas.
Por isso, não busque a perfeição, pois ela é irreal, você não a encontrará. Muito mais inteligente é procurar se conhecer cada vez mais a ponto de ser capaz de transmitir sua essência, exatamente aquilo que você é.
Humanize o seu discurso
Outro ponto para que você desenvolva uma ótima oratória é: humanize o seu discurso, sempre que possível. Veja, se você quer realmente estabelecer uma comunicação que se conecte com as pessoas, enlace as suas vivências à sua fala e mostre que você é humano. Claro que, algumas pessoas se perdem ao transformar uma apresentação em público em uma autobiografia desalinhada com o tema. Use a sua história a seu favor para criar vínculo com os outros.
Você pode transmitir paixão com a sua fala e manifestar o prazer que é para você estar em determinada situação. Busque explorar isso, e evite o erro de apenas falar e não se preocupar em interpretar o que as pessoas estão sentindo.
O seu foco deve ser gerar sentido, deve ser uma troca, e isso não é possível se falamos palavras “quase decoradas” de maneira individual. Lembre-se então do valor da empatia ao saber que existe o tempo de fala e o tempo de percepção e escuta.
Evite a monotonia
No tempo de fala, evite a monotonia. Para isso, Dale Carnegie, escritor e orador norte-americano, sugere que você dê ênfase nas palavras mais importantes da sua frase, aquelas que merecem ser destacadas. Isso ajuda a dar o tom que você deseja ao falar.
Grave isso, pois é extremamente valioso: a comunicação não é feita só de palavras, mas também da energia que você aplica a sua voz e comunicação corporal como gestos e o rosto, como já comentei anteriormente.
Recomendação extra
Mas se caso mesmo com todos esses conselhos, você ainda sentir que não está pronto para falar em público ou que não é bom o suficiente para entonar sua voz, vou dar a você um recomendação extra, e garanto que essa será imbatível: treine! Parece muito óbvio isso, mas somente com a prática você irá melhorar mais e mais.
Treine com um grupo menor, vá ganhando confiança passo por passo como tudo o que ensino aqui. Você sabe que sou adepto de empoderar você a partir dos mini hábitos. Então estude sua oratória, leia em voz alta e se observe ao falar e movimentar seu corpo no espaço. Tente perceber possíveis situações ou temas que travam você, que distanciam você de uma comunicação eficiente. Depois, se ocupe em aperfeiçoar o que precisa ser melhorado.
E tem mais uma coisa: caso você – em algum momento – tropece ao falar ou se perca em uma ou outra ideia, quero dizer que isso é normal. Afinal, como comparei no início, não conheci ninguém que não tenha desequilibrado, em algum momento, ao andar de bicicleta.
Quanto a isso, acho válido destacar o pensamento de Carnegie ao afirmar que “falar não é uma questão de se tornar destemido; é uma questão de dominar o seu medo.” Então o que você está esperando para começar aos poucos a dominar o seu medo e entonar a sua voz ao mundo?
Ah, não saia sem me contar se você faz parte do extenso grupo de pessoas que travam ou se sentem inseguros ao falar em público. Vamos trabalhar para melhorar isso.
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