Vamos aprender a utilizar a linguagem persuasiva da maneira correta.
Você lembra que tenho ressaltado que a sua linguagem pode ser um gatilho poderoso?
Pois é, curioso que até o poeta português Fernando Pessoa já dizia:
“a linguagem fez-se para que nos sirvamos dela, não para que a sirvamos a ela”.
E, claro, não se trata somente do que você diz, mas também do que escreve!
Se você quer persuadir, mais do que convencer, é essencial aprender a linguagem persuasiva. E isso vai além de decorar palavras chaves aleatórias ou frases de efeitos tidas como mágicas.
Primeiro deixe-me rapidamente comentar sobre o cérebro. Ele é dividido em três partes:
1- a dos instintos e impulsos;
2- a das emoções e desejos;
3- a racional e lógica;
Mas não pense que são partes separadas. Elas interagem e se integram no processo de tomada de decisão.
Afinal, você pode até ter um argumento lógico e convencer a pessoa de algo que ela precisa executar.
Mas, dependendo da forma como você diz pode não ativar a parte emocional essencial para a persuasão.
Por isso, um bom relacionamento depende de que essas três partes consintam e não entrem em conflito.
Parece complicado, né? Calma. A seguir, você vai conhecer maneiras de deixar essa processo bem mais simples.
Os 4Cs da linguagem persuasiva
O bom uso da linguagem persuasiva faz com que o locutor controle o processo de interação. Isso o leva o persuadido a acreditar que se convenceu por si mesmo. Para alcançar isso, é bom ter em mente quatro fatores:
- Credibilidade: o persuasor precisa dominar fatos, testemunhos e provas que mostrem ao persuadido que aquilo que ele propõe é verdadeiro.
- Coerência: é importante que o discurso seja lógico para que a argumentação seja convincente.
- Consistência: em tempos de internet e redes sociais, não adianta mentir ou mudar o discurso a cada segundo. As pessoas estão mais ligadas do que nunca e vão perceber se aquilo que você diz hoje se opõe ao que você dizia ontem.
- Congruência: produzir exatamente aquilo que os outros imaginam e esperam de nós. Sua atitude deve combinar com o seu discurso.
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Como empregar de forma correta a linguagem persuasiva no dia a dia
É possível, através da escolha do discurso, indicar ao interlocutor métodos de raciocínio que o levam a chegar à conclusão desejada na persuasão.
Os dois métodos mais comuns são:
A indução (parte do particular para o geral);
E a dedução (parte do geral para o particular).
Então, vejamos um exemplo de dedução que poderia ser utilizado em campanhas publicitárias para bebidas sem açúcar ou com conceito saudável:
- Açúcar refinado faz mal à saúde. (Veja: partimos de uma verdade universal e bem conhecida de todos, não é necessário provas adicionais).
- Refrigerantes tradicionais contêm muito açúcar. (Outro fato, basta ler rótulos).
- Portanto, refrigerantes fazem mal à saúde.
A partir daí, pode-se trabalhar outros recursos que funcionam bem para a linguagem persuasiva e contribuem para a eficácia da mensagem final. Entre eles:
- As figuras de linguagem, como comparações, analogias, hipérboles e eufemismos. No caso da bebida, por exemplo, pode-se dizer que “a fruta vai literalmente da árvore para o seu copo”. Sabemos que isso é uma hipérbole, um exagero, visto que nenhuma fruta pode ir literalmente da árvore para um copo sem passar por algum tipo de processo industrial. Mesmo que o interlocutor esteja ciente disso, ele cria uma imagem de frescor e saúde desejada pelo persuasor.
- O uso do modo imperativo dos verbos. Em vez de perguntar “você gostaria de experimentar para ver se gosta?” vá direto ao ponto e diga “experimente e veja como é delicioso.”
- E emprego de trocadilhos e jogos de palavras. Aí, vai da criatividade do persuasor, mas uma boa “tirada” ou frase de efeito ficam “grudadas” na mente das pessoas. De repente e às vezes sem querer, elas se veem pensando naquilo. Como se as três partes do cérebro estivessem em sintonia. Isso é sinal de que a linguagem persuasiva foi empregada de forma correta e funcionou.
E você, conhecia essas táticas de persuasão? Ficou interessado em saber mais? Assista ao meu novo curso “Persuasão e influência: a arte de conquistar o SIM”. Depois me diga o que aprendeu!
Até a próxima!